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MULHERES E CREANÇAS

picuinhas do seu collega da secretaria, o conselheiro Fulano; logo, para attingir este fim desejado é preciso antes de tudo figurar.

Tem de ir aos chás do seu amigo deputado, ás soirées do barão de tal que é muito influente, tem de dar de jantar de vez em quando ao seu amigo cicrano que é parente do primo da mulher do secretario particular do ministro, tem de gastar muito em apparato ridiculo, em luxo avariado, em pompa feita de remendinhos.

A mulher, já se entende, não lhe fica atraz!

Podéra!

E ella então que tem de se vingar d’uns chascos que as snr.as Silvas fizeram ha tres annos a um vestido de seda um tanto usado que ella trazia; e que tem de fazer rebentar de inveja a D. Leocadia que é mulher d’um commendador seu conhecido; e de quebrar os olhos á prima Ausenda que anda a dizer pelas casas do seu conhecimento «que não sabe onde ella vae buscar para tanto luxo!»

Filhas d’estes paes o que serão as meninas?

Querem vestidos de seda, embora os comprem em segunda mão, querem joias embora sejam falsas, querem botinas de tacão alto, porque as teem visto ás pequenas da viscondessa de M. e da baroneza de S. e da marqueza de V.; querem apparecer no theatro,