ha sempre na alma do povo, dão um colorido phantastico aos seus contos, que attrahe por força a curiosidade da creança.
Imaginem-se uns ouvidos de cinco, de seis, de oito ou nove annos a beberem essa deploravel sciencia!
E não se diga que a creança não entende!
A creança tem o instincto da curiosidade desenvolvido n’um extraordinario grau!
A creança entende quasi tudo, e d’aquillo que não entende guarda a memoria até á edade em que o mysterio lhe seja naturalmente explicado.
Não levar nunca para um caminho mau a curiosidade de uma creança, deve ser um dos maiores cuidados da mãe.
Mas dir-me-hão: as pessoas crescidas conversam por força em mil assumptos melindrosos; se realmente as creanças percebem, como evitar que ouçam?
É n’isso positivamente que está o mal.
Na sala de uma senhora que tem filhos e que se compenetra absolutamente dos seus deveres de mãe, deve haver o maximo escrupulo na escolha das diversas conversações.
Assim como ha limpeza nas habitações, porque não haverá limpeza nos espiritos?
Não ha tantos assumptos attrahentes de conversação?