A boneca é como a aprendizagem da maternidade!
— Está nua, coitadinha, está nua a tua boneca, Lili. Que frio que ella deve ter! Que desconforto! Que pena de olhar para ti e de te vêr tão bem vestida e quente e confortavel. Senta-te aqui ao pé de mim, Lili, vamos nós fazer o fatinho da tua boneca!
E como o coração é que sempre domina e guia a mulher, eis o coração fazendo um milagre n’aquella mulhersinha de oito annos, que deixa de ser a traquinas, a turbulenta, a ociosa creaturinha, e que principia a conhecer as delicias do trabalho e os santos prazeres do sacrificio.
O sacrificio por uma boneca!
Sim, o sacrificio, e porque não?
Só quem não é mãe e quem nunca foi creança é que escarnecerá da expressão que empregamos.
Pois não sabem que essa primeira boneca, que se recolhe nua nos braços, e que se veste, que se calça, que se conchega, que se adormece entre beijos e affagos, é o primeiro sonho de um coração de mãe?
As amigas das nossas filhas!
Grave e momentoso assumpto, não raro descurado