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MULHERES E CREANÇAS

e de cujo esquecimento ou de cujo desleixo resultam ás vezes damnos irremediaveis.

No collegio é que se travam quasi sempre as primeiras amizades. Ora, nós para as meninas desadoramos o collegio.

Por muito bom que elle seja, achamol-o sempre pessimo.

Quem é que nos responde pela boa escolha de relações que alli adquirem nossas filhas?

Quem nos diz que essas creanças todas que alli se reunem, e que entre si trocam as mais intimas e minuciosas confidencias, só viram bons exemplos, só conhecem quadros de santa e impeccavel moralidade?

Pois nenhuma d’ellas trará comsigo aquella funesta curiosidade, que perdeu a nossa primeira mãe?

Todas são innocentes, todas ignoram da vida o que ella tem de baixo ou de corrosivo?

Quem nos affirma que ellas saberão ser boas e honestas companheiras, que não lançarão com uma palavra imprudente um germen venenoso, que não corromperão com precoce perversidade o espirito da creança innocente, que n’ellas se confiar?

As amigas das nossas filhas são aquellas de quem logo depois de nós depende a pureza, a candura, a innocencia d’ellas!

É de uma grave imprudencia acceitar para uma