não teria nunca a boa, a vivificante sensação do obstaculo vencido!
E o socego depois do trabalho! E as alegrias da posse, quando o objecto longo tempo cubiçado, para alcançar o qual se fizeram tantas economias, se supportaram tantas privaçõesinhas, nos apparece emfim em todo o prestigioso brilho do impossivel, que de repente se deixa conquistar!
Ai! as minhas alegrias de pobre, que saudades que eu terei d’ellas mais tarde!
Mas, meu querido A., não comeces tu agora a lamentar-me imaginando-me novo monge entregue ás austeridades da penitencia voluntariamente acceita!
Não te disse eu que uma boa mulher que nos ame, e que nos saiba amar, é um thesouro inestimavel, que o homem desdenha, e que por isso, se tem feito tão raro?
A minha casa não tem estofos de seda, não tem custosos moveis de carvalho entalhado, não tem frageis porcellanas de Saxe, de Sevres ou do Japão, não tem tapetes turcos, nem artisticos Gobelinos.
Mas olha que nem sempre o luxo é o conforto, nem sempre a opulencia é a graça, nem sempre as cousas caras são as cousas elegantes!
A nossa pequenina casa, toda forrada de papel claro, com as suas cadeiras de cretonne, as suas cortinas muito brancas, e vasos de plantas em pequenas