MULHERES E CREANÇAS
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hoje só temos a descendencia amesquinhada, decadente, anachronica, e, o que é peor de tudo, inutil quando não é funesta, ridicula quando não é tambem perniciosa, o que lhe succede quasi sempre.

O homem que muitos seculos considerou a mulher um animal inferior e mal domesticado, fez d’ella movido por influencias que não podemos historiar aqui, o seu luxo, a sua poezia, o enlêvo das suas horas de ocio, depois novamente a escrava dos seus vicios ou o instrumento dos seus prazeres, e por fim um mero ornamento social, um brinquedo sem importancia, uma creança indocil, ante a qual se curvava, não porque a respeitasse mas porque n’esta falsa e mentida submissão encontrava novos requintes de prazer.

Não comprehendeu porém que era victima da sua propria injustiça, que a corrupção da mulher se convertia para elle em gangrena, que o seu amesquinhamento se lhe communicava em villeza, que a sua ignorancia o fazia tambem retrogradar, que ha relações reciprocas que não podem quebrar-se, e influencias mutuas a que os dous sexos ao mesmo tempo divorciados e unidos, não podem por mais que queiram furtar-se.

 

 

Hoje uma corrente de ar puro, a corrente das idéas democraticas, purificou a atmosphera viciada