apaixona, enternece e muitas vezes, quando profanada e desvirtuada por sacerdotes sacrilegos, enerva, abranda a energia e a vitalidade do espirito, e vence todas as resistencias viris do caracter.
É uma amiga, póde ser uma cumplice.
Em todos os casos é um grande, um milagroso, um divino, um terrivel poder.
Mas mesmo pelo papel importante que occupa, mesmo pela influencia profunda que exerce, não é dado a todos interpretal-a e comprehendel-a.
Muitos ha que se submettem ao seu irresistivel dominio, sem saber sequer adivinhal-o ou presentil-o.
Quantas vezes não temos visto uma pobre mulher boçal, uma modesta e ignorante creatura, chorar de commoção ouvindo as notas tristes de uma flauta ou de uma guitarra!
Não tem a consciencia da commoção que a perturba, mas vibram-lhe os nervos, latejam-lhe as fontes, toda ella palpita e estremece como que agitada por uma potencia ignota.
Como todas as artes, a musica só póde ser interpretada por quem a comprehenda com o seu espirito, e por quem a sinta com o seu coração.
De outro modo é uma profanação e é um escarneo.
Achamos, portanto a musica, um elemento poderosissimo