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O pittoresco.
COMO é viva a lingua do povo! E como é fria, morta, a lingua erudita, embalsamada pelos grandes escriptores! Inda hontem verifiquei isso ao trocar meia duzia de phrases com o carapina, que está aqui reconstruindo um telheiro.
Puz-me a sapeal-o e elle, volta e meia, parolava do serviço. Ao substituir uma telha que se não encaixava noutra, diz:
— Esta não serve, é muito viçosa.
Ao transportar uma linha de peroba, commenta, gemendo-lhe sob o peso:
— Isto é páu pesado por natureza.
— Não sobrarão telhas, sêo Antonio? pergunto-lhe para o fazer falar.
Elle mede as pilhas com os olhos, vagarosamente, mede em seguida a área a retelhar e:
— Home', se sobejar é coisinha, obra de um tico.