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A boa velha teve clarão nos olhos ao ver-me.

— Esta mocinha anda campeando cabelludas. Precisa de "umas par dellas" para a irmã que está muito malzinha no hospital. Já correu a cidade inteira, e nada. Quem sabe se o senhor sabe de algum pé por ahi? A pobrezinha vae morrer e seu ultimo desejo é chupar cabelludas...

— Sei. Sei onde ha cabelludas, respondi.

A physionomia de ambas illuminou-se.

— Onde? perguntou a velha, detendo o balanço da rede.

— Aqui. Eil-as! exclamei, theatralmente, despejando um bolso de cabelludas no collo da mocinha assombrada, emquanto a velha erguia as mãos para o céu, convicta de milagre.


Saí, impressionado. Atrás dessa cadeia de coincidencias haveria um ligador de elos? O desejo da doentinha; as pesqui-