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ERA GALLO-ROMANA

de apparelho, posta sem cimento algum, e era tal a grandeza das pedras que, apesar de tantos seculos decorridos, ainda se conservam solidas nos seus leitos.

O plano da gravura da pag. 73 [fig. 64] mostra a disposição de outro amphitheatro, que pelo seu genero custava muito menos a construir, que outros compostos de dois lados, porque sendo marcada a inclinação para a encosta, bastava edificar o podium do lado aberto. Podia-se também facilmente transformar os amphitheatros em theatros com outras disposições para o scenario e então constituíam monumentos mixtos, que foram numerosos durante a dominação romana.

Banhos publicos

Os romanos tinham muitas especies d’estes estabelecimentos, que se conheciam com os nomes de thermæ, lavacra e balnea.

As thermas[1] eram vastos edificios que continham não só os banhos, mas tambem porticos e passeios arborisados, salas onde os philosophos e os rhetoricos davam lições publicas e liam as suas obras; onde se exercitavam na luta: chamavam-lhes gymnasios.

Citavam, entre as mais sumptuosas de Roma, as de Agrippa, Nero, Tito, Caracalla,[2] Antonino e Diocleciano, das quaes existiam ainda consideraveis vestigios.

Não se deve suppôr comtudo que haveria similhantes estabelecimentos em todas as cidades onde os romanos dominaram. O mais geral era construir lavacra ou balnea, de limitada dimensão, á qual estavam ás vezes reunidas algumas dependencias dos gymnasios.

Taes edificios eram mais ou menos espaçosos conforme deviam ser francos ao publico de uma cidade bastante po-

  1. Pompeu foi quem introduziu este uso em Roma; e Mecenas quem construiu primeiro estes monumentos publicos.
  2. Nas thermas d’este imperador havia 1:600 banheiras de porphyro e marmore; e n’este edificio podiam 3:000 pessoas tomar banho