a luz da civilisacão para todas as regiões do orbe antigo, onde chegavam as armas da soberba Roma.
Succederam-se, portanto, a tamanho explendor as mais crassas trevas da ignorancia e da barbaridade, em que a Europa esteve mergulhada durante seculos, até que emfim raiou a aurora da regeneração social, renascendo as letras e as artes. Foi então que surgiram os primeiros ensaios da archeologia. Dante e Petrarca, os illustres iniciadores da litteratura moderna, foram tambem os creadores da sciencia archeologica, precedendo a todos os sabios na investigação dos manuscriptos antigos, no descobrimento e decifração de velhas inscripções, e no estudo das moedas, em que o segundo se occupou.
Não tardaram a ter imitadores que procurassem desvendar, sob o pó dos seculos, os mysterios da historia. A descoberta de algumas pinturas antigas, em excavações casuaes, quando os espiritos já começavam a raciocinar sobre a theoria da arte, e quando já se principiava a apreciar os monumentos da antiguidade como annaes do viver das gerações passadas, foi um novo incentivo para os estudiosos, e um raio de luz nos escurissimos caminhos da nova sciencia.
Uma coincidencia feliz veio dar maior impulso e mais auctoridade aos estudos archeologicos.
Miguel Angelo Buounarotti e Raphael Sanzio d'Urbino assombravam Roma e a Europa culta com os explendores do seu talento na pintura, na esculptura e na architectura, quando Felix de Fredi descobriu n'aquella cidade, em 1506, entre as ruinas das Thermas de Tito, o famoso grupo de Laocoonte e seus dois filhos envolvidos pelas serpentes. Enlevados n'este grande primor da esculptura antiga, aquelles dois eximios artistas procuraram com desvelada applicacão descobrir o nome do auctor d'esta maravilha