da arte, e a era em que foi executada. Caminhando de investigação em investigação visitaram e estudaram attentamente as grandes ruinas da architectura grega e romana, os restos preciosos da sua admiravel esculptura e as inscripções lapidares.

Estes estudos foram tão applaudidos, e tão reconhecidas as suas vantagens, que não tardou a fundar-se em Florença, sob o governo dos Médicis, a primeira escola publica d'antiguidades.

Tal foi o começo da archeologia.

II}

O exemplo de Miguel Angelo e de Raphael, teve imitadores pouco depois em França, Allemanha, e outras nações, onde alguns homens estudiosos, não cultores das artes, mas apreciadores das suas obras, se occuparam de investigações archeologicas, posto que em geral restrictas á numismatica e á epigraphia.

Este segundo periodo da nova sciencia, que é denominado dos antiquarios, abrange os fins do seculo XVI, todo o XVII e a primeira metade do XVIII.

Portugal não foi indifferente a este progresso. Poderia dizer que n'este passo, como em muitos outros, se antecipou ás mais nações, pois que no principio da segunda metade do século XV, D. Affonso, marquez de Valença, filho primogenito de D. Affonso I, duque de Bragança, indo acompanhar a Italia e Allemanha a imperatriz D. Leonor, filha d'el-rei D. Duarte, e esposa do imperador d'Allemanha Frederico III, comprou e reuniu durante a sua longa viagem muitos objectos d'antiguidade e de historia natural, com os quaes, na sua volta á patria, organisou