o a varrer a casa, acender o lume, fazer a cozinha, lavar a louça, tomar o rol à lavadeira, engomar, pontear, ir à praça — tudo isto piorado com uma cegarrega de peguilhices sem fim:
Se me zango, porque zango,
Se chalaço, porque mango,
Se mexo, sou mexilhão,
Se falo, sou tagarela...
O pobre diabo lamuriava singelamente a sua desgraça, numa eloquência tosca e simples, a que o lamechismo do coronel dava um colorido de um cómico inexcedível. De vez em quando, como para explicar a sua sorte mofina, chorava o queixoso este estribilho:
Eu o que sou é toleirão!
que o coronel soltava num belo tom convicto, e que a sala toda acolhia a gargalhadas do mais trocista assentimento.
Vinha um trecho em que era posta a falar uma actrizita, impingindo ao Sr. Simplício um bilhete «para o seu benefício». Isto disse-o Militão no falsete mais esganiçadamente agudo que é possível alcançar-se na gama do grotesco. Também, aqui, a hilaridade das senhoras permitiu-se a mais ruidosa expansão.
Depois, no final, os aplausos estrepitaram furiosos, com uma grita inclemente de apupada. E as duas viúvas levaram o coronel em triunfo ao longo da sala toda, cada uma pelo seu braço,-enquanto D. Aurélia lhe fazia umbela sobre a crista com um livro de música aberto, D. Julita lhe dançava na frente abanando-o com