O fim da poesia é o bello.
Bello material, bello moral; do bello por assim dizer mimoso, até esse bello arrebatador que se chama sublime — desde o bello calix da flor alvasinha a branquear ao bando de irerês marinhas deslisando garrido na saphyra das aguas — como a nuvemzinha irisada da tarde na limpidez do céo — até ao bello da cataracta mugidora a despenhar-se das quebradas negras da montanha, em lençóes d’agua, e a bramir lá em baixo no despenhadeiro com suas vagas de escuma — desde o bello da estatua de marmore da Venus Callypigia até ao bello do Jupiter Capitolino, desde a estrella até ao rugir do trovão, — sempre é o bello — Pois o que é o sublime senão o gráo mais ardente do bello?...
O fim da poesia é portanto o bello ou, se melhor se quizer, — a poesia é o bello. —