A missão do poeta é pois o apostolado da belleza, o dever de esfolhar corôas sobre todas as quadras da vida, enfeital-as, enfeitiçal-as; e ahi desses jardins da natureza colher as flores perfumosas da capella de sua lyra, de sua harpa de trovador.

Como as aves do céo, como as flores da selva, como os clarões das noites, é sua missão dar cantos, perfumes, fulgores — espalhar recendencias, derramal-o gotta a gotta esse vaso de balsamo que se chama a alma — como a Magdalena — para perfumar essa passagem na terra que se chama — a vida. —

Assim pois o mérito ou demérito de um poema é — ser ou não bello.

Pode-se perdoar ao Triboulet do Rei diverte-se — esse sangrento epigramma de um poeta sublime, aba de manto de velludo reluzente de pedrarias rota pela mão do gênio, mostrando quanto de infame lá embaixo se escondia — pode-se pois perdoar a Triboulet sua vida á frente da sua agonia, e ante aquella cabeça de homem estallada nas pedras da calçada esquecer os remoques infames do truão — mas nem por isso a peça deixa de ser immoral.

Qual é a immoralidade de uma peça?

Não é a apresentação de quadros contra a moral?

E constituirão alguma scena edificante, algum