— Tropeçava e cahia — Pobre moço !
Foi-lhe palácio o hospital, a esse
Cuja fronte era um throno á poesia !

III

Eil-o nas palhas do seu duro leito,
Livido e frio co'um sorrjzo idiota
A arregaçar-lhe o resequido lábio,
Desvairado o olhar — de olheiras roxas —
Com empanada luz no fundo escuro,
E entre o sorrir dos lábios lhe parava
Nas seccas faces derradeira lagrima.

Hirsutas as melenas, negras, ásperas
Cahião-lhe na fronte. — O movimento
Abrira-lhe a camisa. Ao magro peito
Os ossos se contavão a mostrarem
Dos cáusticos ainda as queimaduras.

Velava um guarda junto delle como
De brava fera na gaiola aos pulos
A rugir, movimentos se vigiam.

IV

Extenuado das lutas arquejava
Esse fantasma de homem sobre o leito.
Súbito estremeceu, ficou mais alvo
Inteiriçado se estendeu convulso.