espanhóis... De Espanha, deviam os cavalheiros sabê-lo, "nem bom vento nem bom casamento"!

— Os povos são todos irmãos! exclamou Gustavo. Quando se tratar de atirar abaixo Bourbons e imperadores, camarilhas e fidalguia, não há portugueses nem espanhóis, todos são irmãos! Tudo é fraternidade, tio Osório!

— Pois então é beber-lhe à saúde, e beber-lhe rijo, que isso é que faz andar o negócio, disse o tio Osório tranquilamente, rolando a sua obesidade para fora do cubículo.

— Elefante! rosnou o tipógrafo, chocado com aquela indiferença pela Fraternidade dos Povos. Que se podia esperar, de resto dum proprietário e dum agente de eleições?

Trauteou a Marselhesa, enchendo os copos do alto, e quis saber o que tinha feito o amigo João Eduardo... Já se não ia pelo Distrito? O raquítico dissera-lhe que não havia despegá-lo da Rua da Misericórdia.

— E quando é esse casamento, por fim? João Eduardo corou, disse vagamente:

— Nada decidido... Tem havido dificuldades. E acrescentou com um sorriso desconsolado: - Temos tidos arrufos.

— Pieguices! soltou o tipógrafo, com um movimento de ombros, que exprimia um desdém de revolucionário pelas frivolidades do sentimento.

— Pieguices... Não sei se são pieguices, disse João Eduardo. O que sei é que dão desgostos... Arrasam um homem, Gustavo...

Calou-se, mordendo o beiço, para recalcar a emoção que o revolvia.

Mas o tipógrafo achava todas essas histórias