eles por serem rapazes de instrução, notou logo, examinando-os do canto do balcão onde saboreava o seu Popular, que vinham tocaditos. João Eduardo, sobretudo, de chapéu carregado e beiço trombudo: "pessoa de mau vinho", pensou o tio Osório, que o conhecia pouco. Mas o Sr. Gustavo, como sempre, depois dos três litros, resplandecia de júbilo. Grande rapaz! Era ele que pagava a conta; e gingando para o balcão, batendo de alto com as suas duas placas:

— Encafua mais essas na burra, Osório pipa!

— O que é pena é que sejam só duas, Sr. Gustavo.

— Ah bandido! imaginas que o suor do povo, o dinheiro do trabalho é para encher a pança dos Filistinos? Mas não as perdes! Que no dia do ajuste de contas quem há-de ter a honra de te furar esse bandulho há-de ser cá o Bibi... E o Bibi sou eu... Eu é que sou o Bibi! Não é verdade, João, quem é o Bibi?

João Eduardo não escutava; muito carrancudo, olhava com desconfiança um borracho, que na mesa do fundo, diante do seu litro vazio, com o queixo na palma da mão e o cachimbo nos dentes, embasbacara, maravilhado, para os dois amigos.

O tipógrafo puxou-o para o balcão:

— Diz aqui ao tio Osório quem é o Bibi! Quem é o Bibi?... Olhe para isto, tio Osório! Rapaz de talento, e dos bons! Veja-me isto! Com duas penadas dá cabo do Ultramontanismo! É cá dos meus! Também entre nós é para a vida e para a morte. Deixa lá a conta, Osório barrigudo, ouve o que