te digo! Este é dos bons... E se ele aqui voltar e quiser dois litros a crédito, é dar-lhos... Cá o Bibi responde por tudo.
— Temos pois, começou o tio Osório, iscas a dois, salada a dois...
Mas o borracho arrancara-se com esforço ao seu banco: de cachimbo espetado, arrotando forte, veio plantar-se diante do tipógrafo, e, tremeleando nas pernas, estendeu-lhe a mão aberta.
Gustavo considerou-o de alto, com nojo:
— Que quer você? Aposto que foi você que berrou há pouco: Viva Pio Nono! Seu vendido... Tire para lá a pata!
O borracho, repelido, grunhiu; e, embicando contra João Eduardo, ofereceu-lhe a mão espalmada.
— Arrede para lá, seu animal! disse-lhe o escrevente desabrido.
— Tudo amizade... Tudo amizade... resmungava o borracho.
E não se arredava, com os cinco dedos muito espetados, despedindo um hálito fétido.
João Eduardo, furioso, atirou-o de repelão contra o contador.
— Brincadeiras de mãos, não! exclamou logo severamente o tio Osório. Brutalidades, não!
— Que se não metesse comigo, rosnou o escrevente. E a você faço- lhe o mesmo...
— Quem não tem decência vai para a rua, disse muito grave o tio Osório.
— Quem vai para a rua, quem vai para a rua? rugiu o escrevente, empinando-se, de punho fechado. Repita lá isso de ir para a rua! Com quem está você a falar?