O tio Osório não replicava, apoiado sobre as mãos ao balcão, patenteando os seus enormes braços que lhe faziam o estabelecimento respeitado.

Mas Gustavo, com autoridade, pôs-se entre os dois, e declarou que era necessário ser-se cavalheiro! Questões e más palavras, não! Podia-se chalacear e troçar os amigos, mas como cavalheiros! E ali só havia cavalheiros.

Arrastou para um canto o escrevente, que resmungava muito ressentido.

— Oh, João! oh, João! dizia-lhe com grandes gestos, isso não é dum homem ilustrado!

Que diabo! Era necessário ter-se boas maneiras! Com repentes, com vinho desordeiro, não havia pândega, nem sociedade, nem fraternidade!

Voltou ao tio Osório, falando-lhe sobre o ombro, excitado:

— Eu respondo por ele, Osório! É um cavalheiro! Mas tem tido desgostos, e não está acostumado a um litro de mais. É o que é! Mas é dos bons... Você desculpe, tio Osório. Que eu respondo por ele...

Foi buscar o escrevente, persuadiu-o a apertar a mão ao tio Osório. O taberneiro declarou com ênfase que não quisera insultar o cavalheiro. Os shake-hands então sucederam-se com veemência. Para consolidar a reconciliação, o tipógrafo pagou três canas brancas. João Eduardo, por brio, ofereceu também um giro de conhaque. E com os copos em fila sobre o balcão, trocavam boas palavras, tratavam-se de cavalheiros, - enquanto o borracho, esquecido ao seu canto, derreado para cima da mesa, a cabeça sobre os