saia e um mantelete, foi à porta afirmar-se se era Amélia. Não era. E voltando, retomado agora da sua preocupação, vendo que o praticante fora dentro ao laboratório, disse ao ouvido do Ferrão:
— Uma embaixada da fortuna! Vou ver uma endemoniada!
— Ah, fez o abade, todo sério à idéia daquela responsabilidade.
— Quer você vir comigo, abade? É aqui perto...
O abade desculpou-se polidamente. Viera falar ao senhor vigário-geral, fora depois ao Silvério para lhe pedir aqueles dois volumes, vinha ali aviar uma receita para um velho da freguesia, e tinha de estar de volta aos Poiais ao toque das duas horas.
O cônego insistiu; era um instante, e o caso parecia curioso...
O abade então confessou ao caro colega que eram coisas que não gostava de examinar. Aproximava-se sempre delas com um espírito rebelde à crença, com desconfianças e suspeitas que lhe diminuíram a imparcialidade.
— Mas enfim há prodígios! disse o cônego. - Apesar das suas próprias dúvidas, não gostava daquela hesitação do abade, a propósito dum fenômeno sobrenatural, em que ele, cônego Dias, estava interessado. Repetiu com secura: - Tenho alguma experiência, e sei que há prodígios.
— Decerto, decerto há prodígios, disse o abade. Negar que Deus ou a Rainha do Céu possa aparecer a uma criatura, é contra a doutrina da Igreja... Negar que o demônio possa