Novembro... Da Vieira, e isso fica por sua conta, não volta ninguém dos nossos até princípios de Dezembro... E quando nos reunirmos de novo está a rapariga limpa e fresca.

— Pois senhores, por ser a primeira idéia que você tem nestes dois últimos anos, é uma grande idéia!

— Obrigado, padre-mestre.

Mas havia uma dificuldade feia: era o ir à D. Josefa, à rigorista D. Josefa, tão implacável às fraquezas do sentimento, à D. Josefa que pedia para as mulheres frágeis as antigas penalidades góticas - as letras marcadas na testa com ferro em brasa, os açoutes nas praças públicas, os in pace tenebrosos - ir à Josefa e pedir-lhe para ser cúmplice dum parto!

— A mana vai dar urros! disse o cônego.

— Nós veremos, padre-mestre, replicou Amaro repoltreando-se e balouçando a perna, muito certo do seu prestígio devoto. Nós veremos... Hei-de-lhe eu falar... E quando lhe tiver contado umas lérias... Quando lhe tiver representado que é para ela um caso de consciência encobrir a pequena... Quando lhe lembrar que nas vésperas da morte é que se deve fazer alguma boa ação, para não se apresentar à porta do Paraíso com as mãos vazias... Nós veremos!

— Talvez, talvez, disse o cônego. A ocasião é boa, porque a pobre mana está fraquita do juízo e leva-se como uma criança.

Amaro ergueu-se, esfregando vivamente as mãos:

— Pois é, mãos à obra! É mãos à obra!

— E é necessário não perder tempo, porque o