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Paul Gallico


Rhayader foi para dentro segurando a ave, que foi colocada sobre uma mesa, onde ela revolveu-se debilmente. A curiosidade superou o medo. A menina foi atrás e se encontrou em uma sala aquecida pelo fogo do carvão, reluzindo com pinturas coloridas que cobriam as paredes e repleta de um estranha mas agradável fragrância.

A ave agitou-se. Com sua mão boa, Rhayader abriu uma de suas imensas penas brancas. Seu final possuía uma tonalidade belamente escura.

Rhayader olhou, surpreendeu-se e disse:


— "Menina, onde você achou ela?"

— "No pântano, senhor, onde os caçadores de pássaros estavam. O que o que é que aconteceu com ela, senhor?"

— "Este é um ganso-das-neves do Canadá. Mas, por céus, como ele veio parar aqui?"


Este nome parecia não ter significado algum para a pequena menina. Seus profundos olhos violetas, brilhando sob a sujeira de seu fino rosto, fixaram-se preocupadamente no pássaro machucado. Ela disse:


— "Nós podemos curá-la, senhor?"

— "Sim, sim", disse Rhayader. "Nós tentaremos. Venha, você pode me ajudar."


Ele disse: — "Ah, ela tomou um tiro, pobrezinha. Sua pata está quebrada, assim como a ponta da asa! Mas não está tão mal. Vejamos, nós vamos primeiro aparar suas penas, assim nós poderemos enfaixá-la, mas na primavera as penas crescerão e ela poderá voar novamente. Nós vamos enfaixar sua asa rente ao corpo, de modo que ela não possa se mover