32

Paul Gallico


Ela se virou e foi embora a passos rápidos, e a triste resposta de Rhayader — "Adeus, Frith" — ela mal ouviu, como se fosse um som fantasma que surgisse em seus ouvidos para além dos murmúrios das plantas do pântano.

Ela já estava bem longe quando conseguiu criar coragem para rapidamente espiar o que ficara para trás. Ele ainda permanecia junto à parede marítima, uma mancha escura em contraste com o céu.

Seu medo havia cessado. Ele foi substituído por alguma outra coisa, uma estranha sensação de perda que fez ela ficar parada por um tempo, de tão forte que era. Então, de forma mais lenta, ela continuou seu caminho, para longe do farol que apontava para o céu e do homem aos pés dele.

Passaram-se mais de três semanas até que Frith retornasse ao farol. Maio já ia terminando e o dia também, em um longo crepúsculo dourado que cedia lugar à lua prateada que já surgia na parte leste do céu.

Ela convenceu a si mesma, enquanto seus passos levavam-na adiante, de que ela precisava saber se o ganso-das-neves havia realmente ficado, como Rhayader prometera. No final das contas, ele poderia ter ido embora. Mas seu passo firme ao longo da parede marítima era repleto de ansiedade e algumas vezes ela percebeu que se encontrava inconscientemente apressada.

Frith viu a luz amarela da lanterna de Rhayader sobre seu pequeno píer, e lá ela o encontrou. Seu bote estava balançando suavemente com a maré que transbordava, e ele estava carregando-o com suprimentos — água, comida, garrafas de conhaque, ferramentas e velas para reposição. No que ele se virou para ver quem chegava, ela viu que ele estava pálido, mas seus olhos