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Paul Gallico


talvez possa ser aberta. Você deve lembrar o supervisor disto quando ver ele, pois ele sabe onde ela fica."

Pepino agradeceu e voltou sozinho à Basílica, aproximando-se do mosteiro e pedindo permissão para falar com o supervisor.

A pessoa que o atendeu era um homem sensível e, mesmo concentrado em uma conversa com o bispo, ele pediu para Pepino aguardar nos jardins do claustro, onde o garoto esperou respeitosamente, até que os dois importantes homens terminassem seu diálogo.

Os dois dignitários estavam caminhando para cima e para baixo, e Pepino desejava que fosse o bispo quem iria dizer "sim" ou "não" ao seu pedido, uma vez que ele parecia ser o mais simpático entre ambos, enquanto o supervisor tinha a expressão severa de um comerciante. O menino aguçou sua audição, porque, enquanto aguardava, percebeu que eles estavam conversando sobre São Francisco, e o bispo estava relembrando o supervisor com um sinal: — "Ele partiu há muito tempo desta terra. A lição de sua vida é clara para aqueles que a conseguem ler. Mas quem, nesta época, tem tempo para isto?"

O supervisor disse: — "Sua tumba na cripta atrai muitas pessoas a Assis. Mas, em um Ano Sagrado, relíquias são ainda melhores. Se nós tivéssemos a língua do Santo, ou um tufo de seu cabelo, ou mesmo uma unha..."

O bispo tinha um olhar distante em seus olhos e sacudiu sua cabeça gentilmente: — "Esta é a mensagem que nós necessitamos, meu querido supervisor, a mensagem de um grande coração que falaria para nós, através do intervalo de sete séculos, para nos lembrar do verdadeiro Caminho." E aqui ele pausou