O Pequeno Milagre

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late, gomas de mascar, sacos de amendoim, sabonetes e outros agrados, por um cabo do exército dos Estados Unidos que foi — nos seis meses em que ficou estacionado na vizinhança de Assis — uma espécie de semideus ou herói para o garoto. Seu nome era Francis Xavier O'Halloran e o que ele disse antes de partir para Pepino marcou-o profundamente: — "Se você quiser subir neste mundo, garoto, nunca aceite 'não' como resposta. Entendeu?" Pepino nunca esqueceu esta importante lição.

Pepino pensou na hora que seu próximo passo estava claro; no entanto, ele foi primeiro visitar o padre Damico, seu amigo e conselheiro, para confirmar sua ideia.

Padre Damico, que tinha uma cabeça grande, olhos brilhantes e ombros moldados como se fossem projetados para suportar os encargos postos sobre eles por seus paroquianos, disse: — "Você está dentro de seus direitos, meu filho, em fazer seu pedido para o supervisor, já que é ele quem decide se vai aceitá-lo ou não."

Não havia malícia no encorajamento que ele ofereceu a Pepino, mas também era verdade que ele não acreditava que o supervisor viria conversar face a face apenas em nome da fé pura e inocente. Em sua opinião pessoal, aquele atarefado homem deveria estar mais preocupado em cuidar das igrejas gêmeas que formavam a Basílica e com a cripta enquanto atrações turísticas. Ele, padre Damico, não via o porquê da criança não poder ter seu desejo realizado, mas, obviamente, isto estava fora de sua jurisdição. Entretanto, ele não compartilhou seus receios com Pepino e apenas o chamou antes de ele partir: — "E se a pequena mula não consegue chegar até a cripta por cima, há uma outra entrada abaixo, através da velha igreja, mas que está selada há centenas de anos. Mas