o crescia de muitos anos. De menino ficava quase homem: e então uma voz íntima lhe anunciava que o filho havia de ser digno do pai.

Quando o Loureiro voltou a Ponche-Verde, da primeira vez, o menino o recebera com repugnância, mas sem aversão. Não podia ser indiferente a causa da morte do pai; esse indivíduo era uma legenda viva de sua desgraça; o coração confrangia-se em face dele. Por outro lado, seu espírito infantil reconhecia a inocência do negociante; e por vezes contemplava nele o documento eloqüente do valor e generosidade de João Canho.

Tornando porém o sujeito repetidas vezes, e recebido com mostras de bom agasalho pela viúva, começou o menino a incomodar-se com as visitas. Desejara que sua mãe não acolhesse com bondade o estranho, e nem mesmo o visse. Se no princípio afastava-se do Loureiro, agora, mal o avistava, saía para evitar que lhe falasse. Durante a visita, levava a chamar pela mãe sobre qualquer pretexto, e a importuná-la com o fito de fazer que deixasse a companhia do hóspede.