— O senhor que rumo segue? perguntou o miliciano.

— Parei aqui para descansar, respondeu o Canho, iludindo a pergunta.

— E o mais é que precisamos fazer o mesmo. Não achas, Vidoca?

— Que dúvida, Sr. Lucas. Eu estou que não posso comigo; então com este susto, estão me tremendo as carnes, como se tivesse frio de maleita.

Contrariado por esta companhia que lhe viera tão fora de propósito, e cogitando algum meio para descartar-se dela, o Canho dirigia-se para restinga de mato onde estivera deitado. Era o único lugar, que por ali havia, próprio para descanso, não só pela boa sombra, como pela proximidade d’água.

Examinando com atenção disfarçada o gaúcho, Fernandes desconfiava que sob aquela reserva taciturna havia algum mistério, que ele procurava com afinco perscrutar.

Naqueles tempos de agitação, que precederam a guerra civil, a suspeita do miliciano era natural. A conspiração lavrara surdamente por toda a província; e receava-se de um momento para outro a explosão.