Manuel passou o braço pela cintura da mulher, e sentiu um corpo trêmulo e agitado que se apoiava nele. Mas nesse momento aquele seio arquejou, estalando num soluço.
Afastou-se o gaúcho rapidamente, arredando com um movimento brusco o talhe da moça. Com esse movimento abriu-se a mantilha, que deslizando sobre os ombros, deixou descoberta a cabeça da desconhecida. Rasgava-se nesse momento um relâmpago, que iluminou o belo rosto de Catita.
Manuel ficou imóvel em face da aparição incompreensível. Entretanto os relâmpagos sucediam-se e no meio dessa auréola deslumbrante ele via aquele mesmo olhar que três anos antes o fascinara e desde então cintilava nas sombras da sua alma.
Dominando afinal aquele encanto, o gaúcho quis afastar-se, porém a moça tomou-lhe o passo, cruzando as mãos para suplicar-lhe que não a deixasse. Catita assistira a toda a cena da taberna, e fora com o coração ralado de ciúmes que ela acompanhara Manuel para impedir o seu encontro com a Missé.
— Manuel! balbuciou a moça.