um quer que seja que ela não sabia explicar, mas ia com seus pensamentos.
Quando acabou de cantar levantou-se, apanhou a flor de Peri que tinha atirado ao chão, deitou-a nos cabelos, e fazendo a sua oração da noite, adormeceu tranqüilamente. O último pensamento que rogou a sua fronte alva foi um voto de gratidão pelo amigo que lhe salvara a vida naquela manhã. Depois um sorriso adejou sobre seu rosto gracioso, como se a alma durante o sono dos olhos viesse brincar nos lábios entreabertos.
O índio, ouvindo as palavras que acabava de proferir Cecília, sentiu que pela primeira vez tinha causado uma mágoa real a sua senhora.
— Tu não entendeste Peri, senhora; Peri te pediu que o deixasses na vida em que nasceu, porque precisa desta vida para servir-te.
— Como?... Não te entendo!
— Peri, selvagem, é o primeiro dos seus; só tem uma lei, uma religião, é sua senhora; Peri, cristão, será o último dos teus; será um escravo, e não poderá defender-te.
— Um escravo!... Não! Serás um amigo.