Eu te juro! exclamou a menina com vivacidade.

O índio sorriu:

— Se Peri fosse cristão, e um homem quisesse te ofender, ele não poderia matá-lo, porque o teu Deus manda que um homem não mate outro. Peri selvagem não respeita ninguém; quem ofende sua senhora é seu inimigo, e, morre!

Cecília, pálida de emoção, olhou o índio, admirada não tanto da sublime dedicação, como do raciocínio; ela ignorava a conversa que o índio tivera na véspera com o cavalheiro.

— Peri te desobedeceu por ti somente; quando já não correres perigo, ele virá ajoelhar a teus pés, e beijar a cruz que tu lhe deste. Não fica zangada!

— Meu Deus!... murmurou Cecília pondo os olhos no céu. É possível que uma dedicação tamanha não seja inspirada por vossa santa religião!...

A alegria serena e doce de sua alma irradiava na fisionomia encantadora:

— Eu sabia que tu não me negarias o que te pedi; assim não exijo mais; espero. Lembra-te somente que no dia em que tu fores cristão, tua senhora te estimará ainda mais.