do italiano, o índio sorriu-se; a brecha que praticava seria a sua perdição, por que ia dar fácil passagem a ele, Peri.
Contentou-se pois em examinar todas as portas que comunicavam com a sala e pregá-las por dentro; seria um novo obstáculo que demoraria os aventureiros, e lhe daria tempo de sobra para exterminá-los.
Foi por isso que do quarto de Cecília cuja porta fechou sobre, caminhou direito à brecha e por ela penetrou na despensa dos aventureiros.
Era uma sala bastante espaçosa, onde havia uma mesa, algumas talhas e uma grande quartola de vinho; o índio mesmo às escuras chegou-se a cada um desses vasos; e por alguns instantes ouviu-se o fraco vascolejar do liquido que eles continham.
Então Peri viu uma luz que se aproximava; era Loredano e o seu companheiro.
A vista do italiano lhe gelou o sangue no coração. Tal ódio votava a esse homem abjeto e vil, que teve medo de si, medo de o matar. Isso fora agora uma imprudência; pois inutilizaria todo o seu plano.
Muita vez depois da noite em que Loredano penetrara na alcova de Cecília, Peri tivera ímpetos de ir vingar a injúria feita a sua senhora no sangue do italiano, para quem pensava que uma morte não era bastante punição.
Mas lembrava-se que não se pertencia; que precisava da vida para consumar sua obra salvando Cecília de tantos inimigos que a cercavam. E recalcava a vingança no fundo do coração.
Fez o mesmo então: cosido com a parede conseguiu apagar a vela. Ia sair, quando sentiu que o italiano tomava a porta.
Hesitou.
Podia lançar-se sobre Loredano e subjugá-lo; mas isso produziria uma luta e denuncia