— Não; Peri morrerá; mas tu hás de viver, senhora.
— Para que viver, depois de ter perdido todos os seus amigos?...
Cecília, que há alguns momentos sentia a cabeça vacilar, os olhos cerrarem-se e um sono invencível apoderar-se dela, deixou-se cair sobre o espaldar da cadeira.
— Não!... Antes morrer como Isabel! murmurou a menina já entorpecida pelo sono.
Um meigo sorriso veio adejar nos seus lábios entreabertos, por onde se escapava a respiração doce, branda e igual.
Peri a princípio assustou-se com esse sono repentino que não lhe parecia natural e com a palidez súbita de que se cobriram as feições de Cecília.
Seus olhos caíram sobre a taça que estava em cima da mesa; deitou nos lábios algumas gotas do liquido que tinham ficado no fundo e tomou-lhes o sabor: não podia conhecer o que continha; mas satisfez-se em não achar o que receara.
Repeliu a idéia que lhe assaltara o espírito, e lembrou-se que D. Antônio sorria no momento