—Ide com o que vos digo, retrucou Rui Soeiro, misser italiano está penado de amores.
—E por quem, se vos parece? perguntaram alguns.
—Ora, não custa sabê-lo; por aquele canjirão de vinho que aí lhe está fronteiro; não vedes que olhos que lhe deita?
Os aventureiros largaram-se a rir, aplaudindo a lembrança.
Aires Comes apareceu à porta do saguão.
—Eia, rapazes! disse ele com uma voz que se esforçava por tornar severa. Leva rumor!
—É um dia de chegada, sr. escudeiro; e deveis levá-lo em conta, acudiu Rui Soeiro.
Aires sentou-se, e começou a fazer as honras a um resto de veado que estava em frente dele.
—Olá! vós outros, gritou ele, com a boca cheia, para dois aventureiros que se haviam levantado; ide encher vosso quarto, que já refizestes, e os mais esperam sua vez.
Os dois aventureiros saíram para ir revezar os outros, que era costume ficarem de sentinela à noite; medida esta necessária naquele tempo.
—Estais hoje muito severo, Sr. Aires Gomes, disse Martim Vaz.
—Aquele que dá as ordens, sabe o que faz; a nós cumpre obedecer, respondeu o escudeiro.