na sala de jantar a braços com um rumor indeterminado de acusações murmuradas. Ele fazia-se forte. Aparentava uns ares calmos e sossegados de quem tem a consciência tranqüila, fingia não se aperceber dessa corrente de antipatias que se dirigia para si como umas duchas fortes, tendo ainda a acalentar-lhe os sonhos uns laivos de esperanças.

Entretanto sentia-se a incomodar. Vinham-lhe aquelas sensações más dos primeiros dias em que aparecera ali, pelo braço do Pedro. E agora elas lhe pareciam mais fortes, mais veementes, mais difíceis de aturar. Não se tratava mais de uma reserva para com desconhecido, de uma inimizade gratuita. Por mais que quisesse pensar o contrário e se deixasse embalar pelos ventos brandos da esperança a sua situação não era a mesma. Não se tratava de conquistar afeições, mas sim de reconquistá-las. Era preciso, agora que o atacavam, defender-se, provar as suas boas intenções, entrar novamente em campanha, mas numa campanha mais difícil porque não tinha aliados, sentia-se só, inteiramente só, quase abandonado pelo Pedro! E além disto, intimamente apareciam-lhe a contê-lo nos seus ímpetos guerreiros