— Não acha que a contemplação da natureza e a observação constante de todas as suas manifestações na vida tenham sido e sejam os melhores e, talvez, os únicos formadores do indivíduo espiritual e, por conseguinte, do indivíduo literário?...

Eu creio assim, e dos primeiros autores lidos, os preferidos são, apenas, iniciadores, apenas um incentivo que vem despertar, a um dado momento, o que já existe formado, por outros processos, no indivíduo mental.

— Mas há de fazer influências mais fortes — as da mocidade...

— Que me ocorram de pronto — e isso já lá se vai pelos meus bons tempos de mau preparatoriano: Bernardo Guimarães, no romance nacional; Fagundes Varela, na poesia, e um conteur espanhol de costumes, Antonio Trueba; mais tarde, porém, empolgaram-me de todo Hugo, Goethe, Balzac com as suas deliciosas Ilusões Perdidas, esse adorável Maupassant com Pierre et Jean e com Sur l'eau, Garret, Camilo, Fialho e ah!... mestre Dante e mestre Flaubert.

Ao preferir este último nome, Lima Campos ergueu-se, ligeiramente, em pequena mesura.

— E a crítica? Nunca o preocupou a crítica?

— Ah! João! A crítica é sempre a água da análise pedantocrática vazada malevolamente na açorda saborosa da produção.

Imagina tu uma purée deliciosa de grãos de