tentar a formação de literaturas estaduais ou provincianas. Ao contrário de muitos outros, penso que fora do Rio de Janeiro se fazem muito belos trabalhos literários; mas todos esses movimentos particulares se prendem ao movimento geral das nossas letras. A formosa língua de Camões e o sentimento inato da unidade nacional, que todo o bom brasileiro em regra possui, salvam-nos dessas veleidades ridículas de literaturas divergentes. Nem há entre nós razão histórica que assim o determinasse. Nenhuma das nossas antigas províncias realiza no Brasil o caso da Polônia que, oprimida e esmagada pela Rússia, conserva por isso mesmo a sua literatura e as suas tradições particulares.

Quase todos os nossos grandes Estados tiveram, ou vão tendo, as suas épocas mais ou menos importantes de atividade literária: Bahia, Minas, Maranhão, Pernambuco, São Paulo, e até um pouco também o Rio Grande do Sul, o Pará e outros. Todos esses movimentos, porém, passam ou se deslocam, e o seu acervo aproveitável se incorpora afinal no patrimônio comum da literatura brasileira. Não vejo sintomas que nos façam recear fenômeno diverso para um futuro próximo.

Nos recantos do interior, pois que tenho viajado um pouco, hei visto muitos letrados desconhecidos devorando ansiosamente as últimas