idade, não tinham. Era, nesse tempo, estudante em Coimbra e companheiro de casa de Gonçalves Crespo e de João Penha. A nossa "república", instalada na casa das velhas Seixas, à Rua da Couraça de Lisboa, era freqüentada pela élite intelectual de Coimbra. Entre outros, iam ali diariamente Guerra Junqueiro, ainda imberbe e aspirante a homem de letras; Cândido de Figueiredo, poeta então e hoje filólogo; Frederico Laranjo, prosador de pulso; Simões Dias, poeta lírico dos melhores que Portugal tem tido; Caetano Filgueiras, brasileiro e poeta; João e Manuel de Campos Carvalho, mineiros e excelentes prosadores; Macedo Papança (hoje conde de Monsaraz), já poeta e muito democrata então; Silva Ramos, autor dos Adejos; Sérgio de Castro, prosador e poeta; e outros que prestavam culto a João Penha. Eu era menino de 13 anos e assistia cheio de curiosidade às discussões que se travavam no quarto de Penha ou de Crespo, por entre a fumarada dos cigarros, sobre escolas literárias ou sobre livros recém-publicados. De outiva, ia aprendendo muita coisa e ganhava gosto pelas letras. A Folha, a famosa Folha de João Penha, surgiu por essa época, e a leitura desse hebdomadário literário despertou-me o desejo de compor e de escrever. Fiz os meus primeiros versos que João Penha e Crespo corrigiram e, logo depois, tive a coragem de fundar com Silva Ramos, Bitencourt