Rodrigues, Macedo Papança e Sérgio de Castro um periódico literário — O Peregrino — que saía quinzenalmente. Esse peregrino audaz saía pela mesma porta que atirava à grande circulação a apetecida Folha de João Penha! Para fazer o periódico, para ter idéias e dar-lhes forma amena, senti a necessidade de ler poetas e prosadores. Comecei pelos portugueses e passei logo depois aos franceses, lendo-os em versões e no original. Ramalho e Eça acabavam de publicar no Diário de Notícias, com grande sucesso, o celebre Mistério da Estrada de Sintra e encetavam a publicação das Farpas em pequenos fascículos. Urbano Loureiro mantinha no Porto uma revista satírica e humorística — Os gafanhotos, cuja feição me agradava. A prosa tersa destes homens e a poesia de João Penha, Crespo e Simões Dias faziam as minhas delícias. Gonçalves Crespo ainda não tinha publicado as Miniaturas, mas exibia-se na Folha, onde os seus versos eram lidos com aplausos gerais. Era, nesse tempo, nosso cônsul em Lisboa o barão de Santo Ângelo (Manuel de Araújo Porto Alegre) que, ao receber O Peregrino, me enviou as primeiras palavras de animação que tive na minha vida literária e que me aconselhou a que lesse poetas e prosadores brasileiros, citando os que eu devia ler de preferência.

Li os que consegui obter: Gonçalves Dias, Álvares de