esguias, mãos que Van Dick pintaria nos palácios de Espanha, eram como uma carícia por onde pousavam.

— E a literatura dos Estados?

— A meu ver só Curitiba deu-se ares até agora de centro literário independente e forte. Mas esses brilhantes rapazes fizeram-se isoteristas, simbolistas, cabalistas, impossibilistas, e — horresco referens! — um belo dia surpreendi o nome do mais vigoroso e mais entusiasta, o maioral da banda, no cabeçalho de um jornal maçônico. Ai dos filhos da Viúva!

Ai dos rapazes de Curitiba!

— Ai! ai! fiz para acompanhá-lo, percebendo que João esquecera a Mina do Pará, a Padaria do Ceará, e outros estabelecimentos literários à parte do vasto litoral brasileiro.

— Quanto à sua última pergunta, a minha resposta é esquisita.

— Deveras?

— Acho que o jornalismo não favorece no Brasil a literatura; mas é igualmente verdade que a literatura não favorece o jornalismo.

— É na sua essência a maior verdade que eu tenho ouvido.

— Porque praticamente o jornalismo serve aos literatos.

— Exatamente.

— Pois ainda outro dia ouvi de um diretor de jornal o seguinte: se eu dispensar todos os