no qual, sinceramente o digo, veria com prazer chegar o cansaço e a velhice, porque os veria chegarem com a consciência de haver vivido a intensa e fecunda vida do meu sonho irrealizado.

Mas, tudo é vão e inútil: pois, em meio do torvelinho e das preocupações de atividade profissional, que nos requer todos os dias e todas as noites, é inútil qualquer tentame, qualquer esforço é vão.

Os livros que tenho conseguido escrever são o resultado de uma favorável série de circunstâncias oportunas. Muito maior, porém, é o número daqueles que não consegui escrever; e aí certamente é que está, ou que estaria, ou que devia estar minha obra.

É possível que eu ainda a venha escrever um dia; receio, entretanto, que quando possam chegar esses dias de despreocupação material da existência, o fogo esteja extinto e a impotência venha conturbar os derradeiros lampejos de uma vida estéril.

Por hoje sou, e o tenho sido desde que a minha razão se formou, magistrado e advogado.

Nos meus primeiros anos, da academia ao casamento, que me trouxe a consciência das minhas responsabilidades, nos meus primeiros anos, fiz versos, nem creio mesmo que houvesse feito alguma outra coisa com seriedade.

Fiz versos e escrevi o Aristo, uma novela que ninguém leu nem conhece, mas que é o