nos mais salientes representantes passados. Eis porque ainda hoje tem uma forte base de lirismo que se trai através de todas as várias maneiras dos poetas contemporâneos, no idealismo sugestionante de Luís Delfino, nas metáforas de Luís Murat, no equilibrado entusiasmo pela natureza em Augusto de Lima, na desenvolta sensualidade de Guimarães Passos, na malograda poesia científica do malogrado Martins Júnior, até nas duquesas de B. Lopes.

Formando um tipo à parte, pela apurada procura do elemento clássico, pela distinção elegante no escrever, pelo conhecimento da técnica do verso, pelas felizes tentativas de modificação na metrificação corrente, não se pode deixar de notar Magalhães de Azeredo.

Quanto ao romance, é mais fácil acentuar as diferenças, se não de escolas, ao menos de tendências literárias e de aptidões individuais.

Machado de Assis em primeiro lugar. Como romancista ainda mais do que como poeta lhe cabem as observações que fiz acima. A maliciosa ironia do seu humorismo sob a forma aparente de uma plácida vulgaridade, o apuro da sua prosa fluente e castigada, os finos conceitos de que estão recheados os seus livros, a firmeza com que em quatro traços desenha o lado moral dos seus personagens, suprem generosamente a despreocupação do meio físico, em que se desenvolve a ação dos romances,