e a falta do que se chama enredo. A leitura dos seus livros deixa uma impressão parecida com a que desperta o enigmático sorriso da Gioconda de Leonardo da Vinci. Um escritor como Machado de Assis é forçosamente um escritor individual. Nem pertence à escola alguma, nem pode formar escola sua.

Outro prosador individual é Coelho Neto, cujo estilo rebuscado até o ponto de se tornar às vezes arestoso, ao serviço de uma imaginação tropical, abrange várias formas, desde o simbolismo literário adaptado das lendas estrangeiras até o estudo da vida rude dos nossos sertões. A sua preocupação essencial é o lado trágico da natureza e da sociedade, preocupação que influi poderosamente na sua maneira impressionista de escrever. A escola de Coelho Neto não sei qual seja.

Aluísio Azevedo apresentou-se em campo como o porta-bandeira do naturalismo e os seus primeiros romances justificaram brilhantemente o seu intento. Posteriormente, nO Livro de uma sogra, parece inclinar para o psicologismo, sem perder todavia a maneira antiga. É muito de desejar que este romancista interrompa finalmente o longo silêncio a que se tem obrigado. Não lhe falta nem observação nem colorido, e basta comparar o seu último livro com os do início para ver como melhorou a sua linguagem.