JOÃO RIBEIRO


 

A primeira vez que falei a João Ribeiro da possibilidade de um inquerito a respeito do momento literario, foi a porta do Garnier, ás 3 da tarde, hora em que apparecem os literatos e os diplomatas, para a conversação de praxe.

João Ribeiro estava num dos seus dias de irritação.

Arriscaria dizer que me recebeu com tres pedras na mão, si não tivesse a certeza de que era muito maior o numero dellas.

Mas eu tenho para vida uma certa quantidade de maximas capazes de explicar e minorar os soffrimentos possiveis. Abri o sacco e li uma das sentenças de Nietzsche: «Fazer planos e tomar resoluções, ahi está o que nos dá uma porção de sentimentos agradaveis. Aquelle que tiver a força de não ser toda a vida sínão um forjador de planos será um homem feliz. Ser-lhe-á, porém, necessario de tempo em tempo executar um plano e então começarão as coleras e as desillusões.»