zangado. Por quê? Tinham perdido um novo e sensacional folhetim. Não se incomode, doutor, faço-o eu. Qual! Tens muitas psicologias... Faço sem psicologias! Fomos dali tomar um sorvete. Então fazes? O príncipe encantado serve? Também é um título velho. O rajá seja, o Rajá de Pendjab. Para depois de amanhã? Para depois.
E a reclame foi feita para um romancista francês, de que a Gazeta deu o retrato reproduzindo a cara do Humfreys...
Rimos os dois alguns instantes. Coelho Neto continua:
— A crítica não fala só da abundância de atavios, do mercenarismo com que confunde a realização imediata de uma idéia acabada, fala também do número dos meus volumes.
Neste país, onde se tem, não a preguiça mental, mas a preguiça física que inibe de escrever, o Sr. Coelho Neto tem cerca de trinta volumes. Pois, não senhor. Coelho Neto tem acabados 50 volumes.
— Cinqüenta?
— Sim, e a todos prezo, sim, cinqüenta! Bastava que em cada um houvesse uma página digna para que os publicasse.
Levanta-se maquinalmente para mostrar-me a lista dos volumes a aparecer. Nesse momento febril, com o olhar brilhante, o lábio grosso,