a minha cruz aqui? disse ele com um sorriso indefinível.
— Nhonhô...
— Ali, perto daquela!...
O menino apontou para uma cruz, que se distinguia das outras por uma circunstância quase imperceptível: era uma série de pequenos talhos de faca dados na base, em uma das quinas. Contavam-se onze, sendo o superior muito recente, talvez daquela manhã.
Mário, acreditando na tradição, suspeitava que esse era o jazigo de seu pai. Benedito por ele interrogado, esquivava-se, afirmando que nada se podia saber a tal respeito; porém o menino, embora se calasse para não afligir o velho, perseverava em suas suspeitas com a firmeza e tenacidade próprias de seu caráter.
Ele tinha por diversas vezes surpreendido o olhar triste que o escravo fitava naquela cruz; e notando que fronteiro a ela, o chão estava mais sólido e batido, atribuía isso aos joelhos de Benedito, rezando a miúdo pela alma do antigo senhor moço.
Vendo o gesto do menino que apontava naquela direção, logo depois de palavras tão