atravessava a onda transparente, se não fosse a primeira esperança do triunfo seria... o último desengano e o último adeus!

E nada!... nem uma corda, nem um madeiro!...

Mas havia um corpo humano. Benedito, escorregando pelas abas do rochedo, chegara quase ao nível do lago; e daí, estendendo-se por baixo da ramagem dos arbustos, foi prolongando-se sobre as águas. Chegado à extremidade da folhagem, o negro, não obstante, continuou a avançar, esticando os braços e forçando os galhos retorcidos a se dobrarem com o peso de seu corpo.

Assim ajudado por sua grande estatura e pela elasticidade dos braços, como dos ramos do espinheiro, conseguiu Benedito manter-se horizontalmente suspenso sobre a bacia do lago, com a cabeça tão completamente derreada sobre os ombros que de longe se diria um corpo estrangulado. Nessa posição o negro quase roçava com a nuca a flor d'água.

Era tempo. Mário remontara; sua mão convulsa enleou-se nos cabelos grisalhos do negro; e valendo-se desse ponto de apoio, esforçou para atrair