brandos e suaves que formam o bemol da clave humana.

Em qualquer outro momento, se viessem dizer a Mário que a filha do barão tinha morrido, ele sentiria apenas a surpresa que produz um acontecimento imprevisto, e essa turbação do espírito diante do terrível mistério, todas as vezes que ele formula o seu inexorável problema.

Passado esse primeiro assomo, se ele procurasse no íntimo a recordação do acontecimento, não acharia senão um pouco de lodo entre a vasa que existe sempre em todo o coração; não acharia senão sua antipatia por Alice, e a satisfação de ver-se livre de uma presença impertinente.

Naquela ocasião porém, a vida de Alice era precisa para Mário; pertencia-lhe como cousa sua; ele a disputara ao abismo, à morte; e tinha-a afinal conquistado com uma coragem que o elevava perante a consciência. Essa existência arrancada ao boqueirão era o complemento de seu esforço; o remate de sua obra; a palma de seu triunfo. Sem ela, sua ação ficava truncada, sua vitória mutilada: ele teria salvado, embora com risco de vida, um cadáver apenas, um despojo inútil.