Com os olhos baixos e a voz trêmula de emoção, mas com um sorriso nos lábios, a menina apresentou a caixinha a seu companheiro de infância.

— Tome, Mário; quando olhar para ele, lembre-se de mim. Para contar os instantes que você passará longe de nós, não preciso dele; tenho meu coração: basta pôr a mão aqui.

— Que é isto? perguntou Mário bruscamente.

— Veja, respondeu Alice.

O menino apertou a mola da caixa de tartaruga e viu dentro um lindo relógio de senhora, com tampa esmaltada de verde, e a firma de Alice – A. F. – cravada em diamantes. Ao aro estava preso um cordão feito dos cabelos da menina.

Não havendo tempo de mandarem ir da Corte um presente, que fosse do agrado de Alice, combinou ela com seu pai dar a Mário como lembrança, na véspera da sua partida, aquela joia. O barão acedeu, fazendo tenção de encomendar para a filha outro relógio mais rico.

Lançando um olhar rápido e cheio de prevenções ao interior da caixa, Mário exclamou com ar de mofa: