atirava as cascas nas folhas das jaqueiras próximas, quando uma voz irada o chamou a si:

— O senhor parece-me que está hoje fora de seus eixos, Sr. Domingos Pais!

Uma casca de noz tinha caído em cheio na unha do reverendo índice, que batia a cadência de um verso magnífico, ainda quente da forja. A dor, porém mais o susto, causados com aquele incidente, alvoroçaram por tal forma os espíritos do árcade, que o verso varreu-se-lhe da memória completamente.

— Queira desculpar, Reverendíssimo! Não vi!... Pois eu era capaz?

— Perder uma inspiração destas! E o consoante que me deu tanto trabalho!... É realmente insuportável este homem; não sei o barão como o atura.

O Domingos Pais estava acabrunhado com a série de caiporismos que lhe sucediam nesse dia aziago; e procurando a causa dessa fatalidade, lembrou-se que na véspera tinha visto uma tesoura voando em cruz por cima dele. Pelo sim, pelo não, o homem benzeu-se para exorcizar o agouro.

Finalmente a sineta da sala de jantar deu sinal da merenda, derramando uma consolação n’alma atribulada do compadre.